O dólar operou em leve alta ante moedas rivais nesta terça-feira, 20, apesar da retomada do apetite por risco nos mercados internacionais. A moeda americana, considerada um ativo seguro, continua se beneficiando das preocupações sobre o impacto da variante delta da covid-19 na economia.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas competitivas, fechou em leve alta de 0,08%, aos 92,973 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 109,87 ienes, enquanto o euro enfraquecia a US$ 1,1784 e a libra recuava a US$ 1,3631.

Após fecharem em forte queda ontem, as bolsas de Nova York recuperaram o fôlego hoje. Na avaliação do BBH, o movimento demonstra que os impulsos de fuga ao risco se acalmaram, ao menos por hora. Em relação à estabilidade do dólar nas negociações de hoje, o banco afirma que isso reforça sua visão de que “a teoria do sorriso do dólar está em jogo por enquanto”. “Ou seja, o dólar ganha com os dados fortes dos Estados Unidos, assim como durante os períodos de atividade sem risco”, explicam os analistas.

Segundo a TD Securities, a moeda americana tem mantido seu tom cauteloso e permanece firme em comparação às rivais do G10 e às principais de economias emergentes. “Não estamos convencidos de que os mercados terminaram de reprecificar o crescimento e as expectativas quanto às políticas”, observam analistas. “Dito isso, precisamos começar a contemplar os lugares para onde teremos de olhar assim que os movimentos recentes desaparecerem e a poeira assentar”.

A grande incerteza causada pelas variantes da covid-19, em especial a delta, também seguem no radar. “O dólar continua a se beneficiar sendo um porto seguro durante tempos turbulentos”, diz o analista da Westen Union, Joe Manimbo. Ainda assim, o economista ressalta que a instabilidade no mercado também pode ter efeitos negativos na moeda, uma vez que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderia atrasar seus planos de retirada de estímulos, “algo que o colapso dos rendimentos dos Treasuries parece estar sinalizando”.

O analista também observa que o euro permaneceu “na defensiva”, depois de atingir nesta semana o nível mais baixo dos últimos três meses. “A queda do euro até o momento tem sido lenta e ordenada, ajudada em parte por seu fortalecimento contra a libra”, diz Manimbo. O verdadeiro teste sobre a força do euro, segundo o economista, deve ocorrer nesta quinta-feira, quando o Banco Central Europeu irá divulgar sua nova decisão monetária.