Com mais duas altas de juros precificadas nos EUA para este ano, o dólar operou com fraqueza ante a maioria das moedas ao redor do mundo nesta terça-feira, 25, mas disparou frente ao peso argentino, reagindo à renúncia do presidente do Banco Central da Argentina (BCRA).

Os investidores operaram de olho na decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) nesta quarta-feira, com coletiva de imprensa do presidente da instituição, Jerome Powell, e projeções. Mais duas altas de juros (sendo uma nesta quarta) já estão precificadas pelo mercado, o que deixou o dólar fraco ao redor do mundo.

O mercado segue na expectativa com as projeções nos próximos anos, sobretudo a de inflação em um momento em que a economia dos EUA apresenta força, para ver se incluem a continuação do aumento da taxa em 2020 ou até 2021.

A força do dólar neste ano, que pegou muitos investidores de surpresa, começou a diminuir. O dólar subiu 2,2% em relação ao euro este ano, embora tenha caído 3,4% desde 14 de agosto. Quaisquer ganhos potenciais no dólar podem ser limitados pela mudança no sentimento dos investidores em favor do dólar este ano. À medida que mais pessoas compram dólares para apostar em mais valorização, isso limitou o grupo de potenciais compradores futuros, disseram analistas.

Há “muito menos espaço para o dólar”, disse Edward Al-Hussainy, estrategista da Columbia Threadneedle Investments. Embora as autoridades do Fed não tenham dado uma forte indicação de quantos aumentos das taxas são possíveis, “o BCE está enviando sinais bastante fortes” de que pretende começar a elevar as taxas de juros a partir do verão de 2019 na Europa, disse ele. O euro terminou com ganho a US$ 1,1770, de US$ 1,1755 no fim dos negócios de ontem.

No Reino Unido, a libra avançou, após o membro do Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) Gertjan Vlieghe afirmar em palestra no Imperial College de Londres que vê como adequado promover “uma ou duas” elevações da taxa básica de juros por ano no Reino Unido. A libra subiu a US$ 1,3188, de US$ 1,3119.

Enquanto o dólar operou com fraqueza ante a maioria das moedas, ante o peso argentino a divisa americana disparou. As incertezas no país ganharam novo capítulo hoje com a renúncia do presidente do BCRA, no auge das negociações entre Buenos Aires e o FMI, em dia de greve geral no país. De acordo com o sócio diretor da consultoria MyR Asociados, Gustavo Marangoni, a mudança na liderança da instituição eleva chance de acordo com FMI.

Já o economista sênior para a América Latina da Oxford Economics, Carlos de Sousa, estima que o novo presidente o BC, Guido Sandleris, provavelmente promoverá cortes de juros – atualmente em 60% ao ano – em 2019 a um ritmo mais acelerado. O dólar subiu 2,70%, aos 38,3150 pesos. O euro avançou a US$ 1,1770, de US$ 1,1755 de ontem. (Com informações da Dow Jones Newswires)