Depois do rali de quarta-feira, motivado sobretudo pela desconfiança do mercado sobre o futuro da reforma da Previdência, o dólar à vista iniciou esta quinta-feira, 28, superando os R$ 4 nos primeiros segundos de negociação. Desde outubro do ano passado, o real não se desvalorizava tanto.
A última vez em que o dólar superou esse patamar foi em 1º de outubro, quando o mercado ainda estava suscetível à incerteza de quem venceria o primeiro turno das eleições.
Na máxima do dia, o dólar à vista marcou R$ 4,0171, alta de 1,59%. Às 9h06, a moeda subia 1,03% aos R$ 3,9931.
A divisa dos EUA subia frente a maioria das moedas emergentes. O Dollar Index (DXY) subia 0,33% aos 97,096 pontos.
Após o dólar à vista ter subido mais de 2% ante o real na sessão de quarta-feira, o Banco Central convocou para esta quinta um leilão de linha (venda de dólares com compromisso de recompra) de US$ 1 bilhão. Os recursos representam “dinheiro novo” no mercado, já que não estão vinculados à rolagem de nenhum vencimento. A operação é a primeira do tipo desde que o economista Roberto Campos Neto assumiu o BC
Profissional da mesa de câmbio de um grande banco ouvido há pouco pelo Estadão/Broadcast lembrou que, em momentos de estresse, como os ocorridos em 2018 em função da campanha eleitoral, o BC de Ilan Goldfajn optou principalmente por operações de swap (operação que equivale a uma venda de moeda no mercado futuro). Os leilões de linha também foram utilizados por Goldfajn em algumas ocasiões, como na greve dos caminhoneiros e na campanha eleitoral do ano passado, e também houve as tradicionais operações no fim do ano, para suprir liquidez (falta de dólares) a empresas e fundos.