Em meio a tensões no mercado doméstico e externo, o dólar subiu pelo quarto dia seguido e voltou a fechar no maior valor em mais de um mês. A bolsa de valores fechou em leve alta, beneficiada pela valorização das commodities (bens primários com cotação internacional).

O dólar comercial encerrou esta segunda-feira (27) vendido a R$ 5,379, com alta de R$ 0,035 (+0,66%). A cotação iniciou o dia em baixa, chegando a cair para R$ 5,31 nos primeiros minutos de negociação, mas inverteu a tendência e passou a subir ainda durante a manhã, até fechar próxima da máxima do dia.

A moeda norte-americana está no maior nível desde 20 de agosto, quando havia encerrado a R$ 5,385. A divisa acumula valorização de 4% apenas em setembro. Em 2021, a alta acumulada chega a 3,66%.

No mercado de ações, o dia foi menos instável. O índice Ibovespa, da B3, alternou altas e baixas ao longo da sessão, mas fechou aos 113.583 pontos, com alta de 0,27%. O indicador teve ajuda de ações de empresas exportadoras de minérios e de petróleo, beneficiada pela valorização global das commodities, e de papéis de instituições financeiras.

O mercado global teve um dia de tensões, com os juros dos títulos do Tesouro norte-americano subindo em meio às expectativas de que o Federal Reserve (FED, Banco Central dos Estados Unidos) comece retirar os estímulos monetários concedidos durante a pandemia de covid-19 antes do fim do ano. Juros mais altos em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil.

No mercado doméstico, os investidores consideram insuficiente o aumento de 1 ponto percentual da Selic (juros básicos da economia) na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada. O dólar intensificou a alta após a Câmara dos Deputados aprovar um projeto de lei que permite que a reforma do Imposto de Renda, medida ainda não aprovada pelo Senado, seja usada como compensação para o Auxílio Brasil, programa social que pretende substituir o Bolsa Família.

*Com informações da Reuters