O dólar subiu ante o euro e a libra nesta sexta-feira, mas recuou ante o iene, em meio a temores sobre o avanço do coronavírus e a percepção de que a economia dos Estados Unidos continua resiliente, visão reforçada pelo relatório de empregos de janeiro divulgado hoje.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 109,77 ienes, o euro recuava a US$ 1,0948 e a libra registrava baixa a US$ 1,2889. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, fechou em alta de 0,19%, a 98,684 pontos, no maior nível desde 11 de outubro. Na comparação semanal, o DXY ganhou 1,33%.

Os casos de coronavírus na China já passaram de 31 mil e há pelo menos 636 mortes. Em meio ao avanço da doença, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o da China, Xi Jinping, conversaram por telefone e reforçaram a “luta” contra o vírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, disse que 82% dos casos da doença no país asiático são leves.

“O dólar sobe quando há aversão ao risco, de modo que o movimento de hoje é consistente com a venda de ações”, comenta Kathy Lien, diretora-gerente de estratégia de câmbio do BK Asset Management. “No entanto, a relativa estabilidade do dólar ante o iene é um sinal de que, embora os investidores estejam preocupados com o impacto global do coronavírus, eles acreditam que a economia dos EUA se sairá melhor do que outras”, acrescenta a especialista.

Hoje, o relatório de empregos americano, conhecido como payroll, mostrou a criação de 225 mil postos de trabalho nos EUA em janeiro, acima da expectativa, o que corrobora a visão de força da economia dos EUA.

O euro, por sua vez, se enfraqueceu com um recuo na produção industrial da Alemanha, segundo o analista sênior de mercado Joe Manimbo, do Western Union. Segundo o especialista, sobre a libra pesam incertezas relacionadas ao período de transição do Brexit.

Ante as moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar subia a 18,7846 pesos mexicanos e a 15,0885 rands sul-africanos e a 64,152 rublos russos, no fim da tarde em Nova York, após o Banco Central da Rússia ter cortado juros e indicado possíveis novas reduções.