O dólar opera em alta moderada nesta terça-feira (23) diante da cautela global com o agravamento da pandemia de covid-19 na Europa e no Brasil. O tombo do petróleo com preocupações sobre a demanda pela commodity pesa também. Além disso, a negociação política em torno da proposta de Orçamento de 2021 do governo federal, que pode ser votada nesta quarta-feira pelo Congresso, apoia um pano de fundo de cautela com o risco fiscal.

Mas a leitura da ata do Copom reforça a perspectiva de alta da Selic em maio, e possível atratividade maior de recursos estrangeiros, o que ajuda a limitar o ganho do dólar ante o real. O ajuste interno acompanha a valorização quase generalizada da divisa americana ante pares principais e moedas emergentes e ligadas a commodities nesta manhã.

A ata do Copom em uma primeira leitura nos parece menos dura do que o mercado aguardava e vinha precificando, principalmente quando cita que os choques ainda parecem temporários e que o movimento visa a não contaminação das expectativas para 2022, avalia o trader Luis Felipe Laudísio dos Santos, da Renascença DTVM. “Riscos fiscais, impulsionados pela pandemia também foram citados e justificam um inicio mais intenso nos ajustes dos ativos”, observa. Ele ressalta também que o BC ainda vê a economia se recuperando com mais intensidade no 2º semestre. Além disso, o mercado segue monitorando fluxo no leilão de NTN-B, que até então vinha tendo pouco reflexo na curva, afirma.

No exterior, Os juros dos Treasuries de mais longo prazo atingem sucessivas mínimas intraday nesta manhã, apoiando alta do dólar e um ensaio de recuperação do Nasdaq futuro em Nova York, à medida que a demanda por ativos mais seguros ganha força em meio a preocupações com o avanço da covid-19 na Europa. Já as quedas em torno de 4% do petróleo ajudam a pressionar o Dow Jones futuro e o S&P500 para baixo.

Às 9h26 desta terça, o dólar à vista subia 0,38%, a R$ 5,5376. O dólar futuro para abril ganhava 0,54%, a R$ 5,5390.