O dólar opera em alta alinhada a tendência no exterior, com investidores repercutindo ainda o ruído entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por causa do problema fiscal e das contas do governo.

“O presidente Campos Neto sabe qual é o plano. Se ele tiver um plano melhor, peça a ele qual é o plano dele. Pergunte a ele qual é o plano dele que vai recuperar a credibilidade. Porque o plano nós sabemos qual é. O plano nós já temos”, afirmou Guedes, ao ser questionado sobre a declaração do presidente do BC de que é ponto-chave para o Brasil “conquistar credibilidade com um plano que dê uma clara percepção aos investidores de que o País está preocupado com a trajetória da dívida

Os ajustes acontecem em meio à liquidez global e interna mais fraca, por causa do fechamento das bolsas em Nova York pelo feriado de Ação de Graças nos Estados Unidos.

O avanço da moeda americana é moderado no exterior, após a queda de ontem, e pode estar refletindo discussões sobre a possibilidade do Fed remanejar a sua política de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês).

Ontem, segundo a ata, o Fed sinalizou que vai continuar com sua política monetária acomodatícia, mantendo a taxa de juros em níveis historicamente baixos e aumentando a compra de títulos a fim de sustentar a recuperação econômica nos EUA. “A mensagem que eles enviam é que provavelmente veremos mais mudanças (leia-se “aumentos”) no QE logo na reunião de meados de dezembro”, resume o estrategista global do Rabobank, Michael Every, em relatório.

Hoje, outros bancos centrais de economias avançadas, como o da Coreia do Sul e da Suécia, também anunciaram estímulos a fim de apoiar suas economias em meio ao aumento de casos de covid-19.

Também o aumento da inflação é monitorado. O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 3,40% em outubro, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado de outubro foi o mais elevado de toda a série histórica, iniciada em janeiro de 2014.

Às 9h24, o dólar à vista subia 0,52%, a R$ 5,3478. O dólar futuro para dezembro ganhava 0,44%, a R$ 5,3480.