O dólar estava volátil e subia por volta das 9h30 desta segunda-feira. Investidores ajustam posições de olho na valorização da moeda americana ante peso mexicano no exterior, em meio à cautela global com o impacto da cepa delta na retomada global e a ofensiva regulatória da China sobre empresas dos setores de tecnologia e educação. No Brasil, os investidores observam a alta dos juros futuros, após aumento das projeções na pesquisa Focus para a inflação e a Selic no fim deste ano. Na sexta-feira, os juros futuros curtos passaram a indicar apostas majoritárias na elevação de 1 ponto porcentual para a Selic em agosto e setembro.

As taxas de juros dão continuidade à tendência de sexta-feira, quando a inflação do IPCA-15 de julho (0,72%) ficou acima da mediana das estimativas do mercado (0,65%), o que reforçou as apostas em uma dose maior de aperto monetário na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), na semana que vem. O Boletim Focus mostrou elevação das expectativas do mercado para a inflação do IPCA de 2022, que passaram de 3,75% para 3,80%. A previsão para o IPCA neste ano subiu de 6,31% para 6,56%, distanciando-se ainda mais do teto da meta para o ano, de 5,25%. Já a projeção de Selic para 2021 passou de 6,75% para 7,00%. Para 2022 segue em 7,00%.

Os investidores monitoram ainda os ruídos políticos locais. Atos foram realizados no sábado por todo o País pedindo o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a atacar a realização das eleições em 2022, o STF e o ministro Luis Roberto Barroso, dificultando a aproximação entre os Poderes. Protestos de caminhoneiros são monitorados, mas o governo afirma que não há bloqueio em estradas federais. Há expectativas ainda pela chegada do senador Ciro Nogueira à Casa Civil, que demonstra crescente domínio do Centrão no governo Bolsonaro, o que deixa as reformas e gastos públicos no radar.

Às 9h39 desta segunda-feira, o dólar à vista subia 0,11%, a R$ 5,2161. O dólar futuro para agosto ganhava 0,32% neste mesmo horário, a R$ 5,220.