O dólar avançou ante moedas fortes e emergentes nesta terça-feira, 21 – a exceção foi o euro – com os investidores em busca da segurança da divisa americana, em meio a incertezas da pandemia de coronavírus e após uma queda histórica nos preços do petróleo.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 107,78 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,0863, quase estável e a libra cedia a US$ 1,2301. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana frente a uma cesta de seis rivais fortes, avançou 0,30%, a 100,258 pontos.

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“O colapso do petróleo criou todo pandemônio nos mercados financeiros, com todos ainda tentando descobrir o que desencadeou a mudança histórica”, comenta Kathy Lien, diretora-gerente de estratégia de câmbio do BK Asset Management.

Ontem, pela primeira vez na História, o petróleo foi negociado abaixo de US$ 0. Com o WTI para maio perto do vencimento, investidores começaram a liquidar o contrato para evitar a entrega física. Além da queda na demanda, em decorrência da pandemia de coronavírus, há relatos de que o espaço para armazenamento de petróleo nos Estados Unidos está perto de se esgotar.

Segundo analistas do Brown Brothers Harriman (BBH), o dólar deve continuar em alta, “já que dados econômicos ruins em todo o mundo e preços mais baixos do petróleo provavelmente continuarão pesando sobre o sentimento do mercado durante a semana”.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, a moeda americana subia a 18,9619 rands sul-africanos, a 77,183 rublos russos, a 24,3708 pesos mexicanos e a 1,4179 dólares canadenses, no final da tarde em Nova York. As três últimas foram pressionadas pela queda nos preços do petróleo e, no caso da divisa mexicana, pesou ainda o corte de juros emergencial do Banco Central do México. O Banxico reduziu a taxa básica em 50 pontos-base, a 6% ao ano, devido aos impactos da pandemia.