O dólar subiu ante outras moedas fortes, nesta sexta-feira, 12, com os investidores ainda preocupados com uma possível segunda onda de infecções por covid-19, em meio à reabertura econômica nos Estados Unidos. A busca pela segurança da divisa americana continuou mesmo com o mercado acionário em leve recuperação após o tombo de ontem.

No fim da tarde em Nova York, o dólar registrava alta a 107,44 ienes, enquanto o euro cedia a US$ 1,1244 e a libra recuava a US$ 1,2510. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana em relação a seis rivais fortes, avançou 0,61%, a 97,319 pontos, com ganho semanal de 0,39%.

“As ações se recuperaram nesta sexta-feira, mas as moedas não seguiram o exemplo”, comenta a diretora de estratégias cambiais da BK Asset Management, Kathy Lien. A analista afirma, em relatório, que as preocupações com a possível segunda onda de coronavírus permanecem, “colocando em dúvida a recuperação geral” da economia americana.

Ontem, a aversão a risco generalizada também foi resultado de declarações cautelosas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, na quarta-feira, sobre a retomada da atividade. Hoje, a instituição publicou um relatório em se comprometeu com “taxas de juros de longo prazo moderadas”. Presidente da distrital de Richmond do Fed, Thomas Barkin alertou para as consequências do endividamento que resultará da crise.

“Embora a trajetória descendente do dólar pareça intacta, a moeda se beneficia do caminho altamente incerto pela frente para o crescimento dos EUA e do mundo”, avalia o analista Joe Manimbo, do Western Union.

Para a Capital Economics, a fraqueza do dólar deve prevalecer, “à medida que ativos arriscados retomam sua recuperação e a economia global se recupera da pandemia de coronavírus”. A consultoria britânica destaca, em relatório, que o diferencial de juros não favorece o dólar, já que o Fed pretende deixar as taxas próximas a zero por anos.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar se enfraqueceu, em geral. No final da tarde em Nova York, a moeda americana cedia a 22,2883 pesos mexicanos, a 17,0815 rands sul-africanos e a 69,844 rublos russos, mas subia a 69,4108 pesos argentinos.

Na avaliação da Capital Economics, as divisas emergentes devem se valorizar. “Esperamos que os preços das commodities continuem subindo, em geral, em linha com outros ativos de risco à medida que a economia global se recupera”, dizem analistas da consultoria.