O dólar se fortaleceu ante outras divisas fortes nesta quarta-feira, 6, impulsionado pela fraqueza das moedas europeias, após quedas históricas de indicadores econômicos da região e revisões para baixo nas projeções da União Europeia.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 106,09 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,0799 e a libra cedia a US$ 1,2341. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante uma cesta de seis rivais, registrou alta de 0,38%, a 100,091 pontos.

“Notícias negativas da Europa ajudaram o dólar a obter ganhos”, resumem analistas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH). Entre os indicadores da região divulgados hoje, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) da zona do euro caiu à mínima histórica de 13,6 em abril. O PMI composto da Alemanha, por sua vez, recuou a 17,4 no mesmo período, também no menor nível da História.

Para completar, a Comissão Europeia divulgou uma estimativa de retração de 7,7% no Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro em 2020, devido aos impactos da pandemia de coronavírus. Segundo o analista de mercado Joe Manimbo, do banco americano Western Union, a piora das perspectivas para o continente europeu manteve as apostas na segurança do dólar em alta, apesar da deterioração no mercado de trabalho dos Estados Unidos, onde o setor privado registrou mais de 20 milhões de demissões em abril.

“A paridade EUR/USD permanece pressionada após a decisão do tribunal alemão de ontem, que prejudicou a liberdade do Banco Central Europeu (BCE) de definir políticas como bem entender”, lembra o analista Boris Schlossberg, do BK Asset Management. Ontem, um tribunal da Alemanha considerou parcialmente inconstitucional o programa de compra de ativos da autoridade monetária europeia.

Para o Rabobank, o fato de o dólar ter caído ante o iene nos últimos dias pode indicar que as preferências históricas dos investidores por ativos tradicionais de refúgio, como a moeda japonesa, podem estar de volta.

Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, a moeda americana subia a 74,527 rublos russos, a 18,7343 rands sul-africanos, a 24,3474 pesos mexicanos e a 67,0681 pesos argentinos, no final da tarde em Nova York. Na Argentina, a Casa Rosada está mais otimista sobre a renegociação da dívida externa do país, disseram fontes ao jornal Ámbito Financeiro.