O dólar avançou em relação a moedas fortes e emergentes, no pregão desta quarta-feira, 24, em meio à busca por segurança gerada pelo aumento do número de novos casos de covid-19 nos Estados Unidos e na esteira de novas tensões comerciais.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 106,97 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,1262 e a libra registrava baixa a US$ 1,2425. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana em relação a seis rivais fortes, fechou em alta de 0,52%, a 97,148 pontos.

“O dólar sobe enquanto o aumento do vírus sacode os mercados”, resume o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union. Hoje, os EUA registraram o maior número diário de novas infecções por covid-19 desde o dia 23 de abril. Estados como a Flórida tem registrado uma aceleração de novos casos da doença, o que gerou cautela nos mercados internacionais.

“O aumento da disseminação do coronavírus põe em questão a prudência dos protocolos de reabertura nas regiões afetadas”, comenta o analista Ian Lyngen, do BMO Capital Markets.

Além da pandemia, os investidores estão temerosos também de novos conflitos comerciais. O Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR, pela sigla em inglês) informou hoje que o país estuda impor tarifas a US$ 3,1 bilhões em exportações da União Europeia e do Reino Unido. Na avaliação de Manimbo, do Western Union, a notícia gerou busca por segurança e enfraqueceu o euro, se sobrepondo a um aumento maior do que o esperado no sentimento das empresas da Alemanha em junho.

A libra, por outro lado, também é afetada pela incerteza sobre o acordo comercial pós-Brexit entre o Reino Unido e a União Europeia.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), por sua vez, revisou para baixo as projeções de retração da economia global em 2020, de 3% para 4,9%.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar também se fortaleceu. No final da tarde em Nova York, a moeda americana subia a 22,7575 pesos mexicanos, a 17,3970 rands sul-africanos e a 70,1124 pesos argentinos.