O dólar subiu em relação a outras moedas fortes no pregão desta terça-feira, 16, após o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, apresentar um cenário cauteloso sobre a recuperação econômica nos Estados Unidos, o que aumentou a busca pela segurança da divisa americana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar registrava baixa a 107,31 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,1261 e a libra cedia a US$ 1,2564. O índice DXY, que mede a variação da moeda americana em relação a seis rivais fortes, avançou 0,26%, a 96,958 pontos.

Na avaliação de Powell, há incertezas significativas sobre o tempo e a força da recuperação da economia americana, já que isso depende da confiança da população de que o vírus foi contido. “Grande parte dessa incerteza econômica advém da incerteza sobre o caminho da doença e os efeitos das medidas para contê-la”, afirmou o banqueiro central, em um discurso no Senado americano.

Antes das declarações de Powell, o dólar operava praticamente estável ante divisas rivais, ainda ecoando anúncio de ontem do Fed sobre novos estímulos monetários. Um avanço maior do que o esperado das vendas no varejo americano de maio também impulsionavam o otimismo, o que diminui a busca pela segurança da moeda dos EUA.

“O sentimento do mercado continua oscilando entre espasmos de cautela e confiança”, resume o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union.

Para o Danske Bank, os próximos passos do Fed serão fundamentais para definir a tendência do mercado cambial. Segundo analistas do banco dinamarquês, a política monetária acomodatícia da instituição deve sustentar a fraqueza do dólar nos próximos meses, apesar dos temores de uma segunda onda de covid-19.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar também registrou alta. No final da tarde em Nova York, a moeda americana subia a 22,3777 pesos mexicanos, a 69,6386 pesos argentinos e a 17,2749 rands sul-africanos.

A Capital Economics, no entanto, avalia que as moedas emergentes devem continuar a recuperação ante o dólar no segundo semestre do ano. “Como esperamos que ativos de risco continuem se recuperando de suas perdas no primeiro trimestre, à medida que a economia global se recupera do choque do coronavírus, acreditamos que o dólar vai se depreciar contra a maioria das moedas emergentes”, afirma o analista Jonas Goltermann, da consultoria britânica.