O dólar se fortaleceu ante outras moedas fortes, nesta sexta-feira, 5, com exceção da libra, após o relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos mostrar criação de postos de trabalho no país em maio, ao contrário do que previam analistas. No entanto, a moeda americana acumulou perdas na semana, que foi marcada pelo otimismo com a retomada econômica.

No fim da tarde em Nova York, o euro recuava a US$ 1,1297, a libra subia a US$ 1,2669 e o dólar registrava alta a 109,63 ienes. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis rivais, registrou queda de 0,27%, a 96,937 pontos, com recuo semanal de 1,43%.

Em maio, o mercado de trabalho americano criou 2,509 milhões de empregos, com o início do processo de abertura gradual de alguns estados, após meses de quarentena para conter o avanço da covid-19. Analistas, no entanto, previam destruição de postos de trabalho no período.

“A maior surpresa do payroll da História”, resume o economista-chefe da Pantheon, Ian Shepherdson. “Parece a menor recessão da História”, comenta o economista-chefe de finanças do MUFG Union Bank, Chris Hupkey.

Na visão do analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union, os sinais de que a recuperação econômica nos EUA começou fortaleceram o dólar. “É prematuro dizer se a massiva onda de contratações mudou o jogo de maneira significativa para o dólar”, pondera. Para o analista, porém, um efeito imediato é dar mais tempo para o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) analisar o cenário antes de decidir aumentar os estímulos monetários.

O euro, por outro lado, recuou hoje, após uma trajetória de alta durante a semana que havia sido impulsionada pela decisão do Banco Central Europeu (BCE) de expandir seu programa de compras de ativos.

Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, o dólar ficou sem direção única. No final tarde em Nova York, a moeda americana cedia a 21,6489 pesos mexicanos e a 16,8337 rands sul-africanos, mas subia a 68,8613 pesos argentinos.