O dólar voltou a apresentar ganhos em relação a outras divisas principais nesta terça-feira, ainda com os agentes do mercado em compasso de espera pelo depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, no Congresso dos Estados Unidos amanhã e quinta-feira, quando novas pistas sobre os rumos da política monetária no país poderão ser dadas.

O índice DXY, que mede a cotação do dólar contra uma cesta de outras seis moedas fortes, fechou em alta de 0,11%, cotado a 97,489 pontos. Próximo ao horário de fechamento dos negócios à vista nas bolsas em Nova York, o dólar subia para 108,89 ienes, o euro caía para US$ 1,1208 e a libra cedia para US$ 1,2464.

Negociado nos maiores níveis em três semanas, o dólar continuou a mostrar força ante outras divisas principais à medida que os agentes aguardam Powell ser sabatinado amanhã no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes dos EUA. De acordo com a corretora Tempus, “os traders estão lutando para encontrar notícias para movimentar os mercados, já que os conflitos envolvendo as tarifas e as perspectivas de afrouxamento monetário já estão precificados”. Os contratos futuros dos Fed funds, compilados pelo CME Group, continuam a apontar 100% de chance de redução dos juros neste mês – 96,2% esperam corte de 25 pontos-base.

Apesar da recente guinada “dovish” do Fed, o dólar observa o DXY dentro da faixa entre 96 e 98 pontos. Nesta terça-feira, o indicador chegou a recuperar os 97,5 pontos na máxima do dia, mas perdeu fôlego no fechamento. De acordo com a economista Kathy Lien, da BK Asset Management, os “dollar bulls” voltaram ao controle principalmente depois dos dados do mercado de trabalho divulgados na semana passada. “O dólar continua subindo por uma razão simples: as perspectivas para a economia dos EUA são mais brilhantes do que as de seus pares.”

Também nesta terça-feira, o peso mexicano ficou pressionado e caiu em relação ao dólar após o ministro de Finanças do México, Carlos Urzúa, deixar o posto. Em mensagem de despedida, o ministro reconheceu que houve “muitas discrepâncias em matéria econômica” e apontou que algumas delas surgiram porque foram tomadas decisões de políticas públicas “sem o suficiente sustento”. No fim da tarde, o dólar subia para 19,1468 pesos mexicanos.