O dólar subiu de forma generalizada nesta quarta-feira, 31, com exceção ao iene e a libra, em meio a sinais de que a continuidade do crescimento do mercado de trabalho apoia as expectativas de aumento da taxa de juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) no próximo ano.

A moeda americana subiu depois de dois indicadores destacarem a força contínua do mercado de trabalho dos EUA. O setor privado dos Estados Unidos criou 227 mil empregos em outubro, segundo pesquisa com ajustes sazonais divulgada pela ADP. O resultado superou a expectativa de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam a geração de 180 mil postos de trabalho.

Além disso, o índice de custo do emprego – uma medida de salários e benefícios para os trabalhadores civis – avançou 0,8% no terceiro trimestre ante o anterior, informou nesta quarta-feira o Departamento do Trabalho. O resultado veio em linha com o previsto pelos analistas consultados pelo Wall Street Journal, após uma alta de 0,6% no segundo trimestre.

De acordo com analistas, os dados indicam que o relatório de emprego (payroll), que será divulgado na sexta-feira, provavelmente mostrará ganhos contínuos para a força de trabalho.

Diante disso, os futuros dos Fed funds, que os investidores usam para apostar na direção da política do banco central, mostraram probabilidade de 32% de que os dirigentes aumentem as taxas de juros pelo menos três vezes até o final de junho, ante 28% na terça-feira.

Os dados “poderiam adicionar combustível à alta do dólar, na medida em que poderiam manter o Fed no caminho certo para elevar as taxas de juros” no próximo ano, disse Joe Manimbo, analista sênior de mercado da Western Union Business Solutions.

Os dados fortes também estão “destacando divergências fundamentais” entre os EUA e a Europa, disse Manimbo. O Fed disse em sua reunião de setembro que planeja elevar as taxas de juros quatro vezes até o final do próximo ano. O Banco Central Europeu (BCE) disse que pode considerar elevar as taxas de juros no verão do próximo ano. No final dos negócios em Nova York, o euro caía para US$ 1,1325 e a libra subia para US$ 1,2778. A moeda britânica ganhou força depois que o secretário do Brexit do Reino Unido, Dominic Raab, disse aos legisladores em uma carta que ele espera que o acordo de saída do país com a UE possa ser finalizado em 21 de novembro.

Entre as emergentes, o dólar continuou os ganhos recentes contra o peso mexicano, após uma decisão tomada pelo presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, de lançar um controverso referendo sobre o futuro do aeroporto mais movimentado do México. O movimento, que poderia colocar sua administração em rota de colisão com os investidores depois que os eleitores optaram por cancelar o projeto de infraestrutura do país, um aeroporto de US$ 13,3 bilhões a nordeste da Cidade do México que já tinha cerca de um terço completo. O dólar avançou a 20,9020 pesos, de 20,0561 pesos de ontem.

Já a rupia indiana se enfraqueceu em meio a sinais de que o banco central da Índia está preso em uma disputa de poder com o governo do primeiro-ministro Narendra Modi, que está ansioso para impulsionar os empréstimos para estimular a economia. O dólar subiu a 74,088 rupias, de 73,680 de ontem, após relatos da mídia local de que o governo estava pressionando o Banco Central da Índia para facilitar a política monetária e restrições ao crédito. O presidente do RBI, Urjit Patel, estava considerando renunciar, de acordo com relatos. (Com informações da Dow Jones Newswires)