Em dia de feriado do Dia do Trabalho nos EUA e, consequentemente, de baixo volume de negócios em meio ao fechamento dos mercados locais, o índice do dólar DXY, que mede a divisa americana em relação a uma cesta de outras moedas fortes, teve leve alta de 0,38%, aos 93.069 pontos, com destaque para fraqueza da libra nesta segunda-feira, 7.

A libra esterlina caiu 0,82% em relação ao dólar, após o Financial Times apontar para o risco de agravamento de o Reino Unido sair da fase de transição no final do ano sem fechar um acordo comercial com seu maior parceiro comercial, a União Europeia.

Segundo a publicação, o Reino Unido planeja nova legislação que substituirá partes-chave do acordo de retirada do Brexit, arriscando o colapso das negociações comerciais com Bruxelas. Parte do projeto de lei do mercado interno – que deve ser publicada nesta quarta-feira – deverão “eliminar a força legal de partes do acordo de retirada” em áreas como ajuda estatal e alfândega da Irlanda do Norte. A medida tende a minar o acordo sobre a Irlanda do Norte que o primeiro-ministro, Boris Johnson, assinou em outubro passado para evitar o retorno a uma fronteira dura na região.

Em mensagem no Twitter, a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyenela, disse que o acordo é uma “obrigação sob lei internacional” e um “pré-requisito para qualquer relação futura”. Toda essa discussão, juntamente com a perspectiva de aumento potencial de impostos e aumento dos casos de coronavírus no Reino Unido, têm pressionado a libra. O Reino Unido relatou neste domingo o maior número de casos do novo coronavírus desde 23 de maio, chegando a quase 3.000 infectados.

A alta tímida do dólar ocorreu também em meio ao compasso de espera dos investidores pela reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) na quinta-feira. Uma mudança na postura da política não é esperada, mas o mercado se concentra agora na mensagem que o BCE vai transmitir sobre suas previsões de inflação.

No mesmo sentido, o dólar americano avançou ante o dólar canadense, também no aguardo pelo anúncio de política monetária do Banco do Canadá na quarta-feira. Entre outras moedas, o peso argentino recuou ante o dólar, mesmo após a agência de risco S&P Global elevar de SD (calote seletivo) para CCC+ o rating da Argentina. A perspectiva é estável. A ação de rating vem após a Argentina reestruturar quase 99% dos títulos em dólares e receber um aval do Fundo Monetário Internacional (FMI) para iniciar a renegociação de um acordo.