O dólar esticou à máxima a R$ 5,1033 (alta de1,98%) no mercado à vista. A subida forte reflete o contexto da guerra entre Rússia e Ucrânia, com preço do petróleo e do gás disparando e queda forte das bolsas e juros dos Treasuries, avalia o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho. “O mercado agora avalia qual a extensão do conflito e quais serão as reações da Otan e dos lideres europeus e dos EUA”, afirma.

Entre as consequências da escalada do conflito geopolítico, o economista aponta uma esperada elevação da inflação global por causa dos preços de energia e combustíveis, o que deve ter impacto de desaceleração da economia global. “Se o conflito for prolongado, o dólar pode ampliar sua valorização, o fluxo de estrangeiros tende a ser interrompido para mercados emergentes, como o Brasil, e pode ser ruim para exportações de commodities agrícolas, mas commodities energéticas devem subir, elevando a pressão sobre o ciclo de alta de juros neste ano pelos bancos centrais de países desenvolvidos”, avalia.

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O especialista prevê ainda que o Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil pode precisar também prolongar mais o ciclo de alta da Selic neste ano, para conter a inflação pelo efeito da demanda maior pela moeda americana do que pelo impacto da queda da atividade econômica.