Com a pandemia fora de controle no País e várias cidades iniciando nesta sexta uma etapa de maior isolamento social por até dez dias, devido à antecipação de feriados nacionais, incluindo São Paulo e municípios da região metropolitana, os investidores reforçam posições defensivas na moeda americana, afirma Vanei Nagem, responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos.

“A B3 vai funcionar durante o feriadão antecipado na cidade de São Paulo, mas a liquidez poderá diminuir, e operações de comércio exterior podem ser postergadas, abrindo espaço para maior volatilidade do dólar ante o real”, afirma a fonte.

Por isso, o dólar sobe no Brasil e em países latino-americanos, como Argentina e Chile, que também enfrentam piora da pandemia, justifica o profissional.

Também os juros dos Treasuries longos voltam a subir com as preocupações com a inflação americana e possível necessidade de alta de juros nos EUA antes do esperado, e a terceira onda de covid-19 na Europa também continua no radar, observa.

Em relação à aprovação do Orçamento com manobras, Nagem avalia que gera mal-estar, mas considera pior a pressão de políticos do Centrão para derrubar, agora, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pela falta de empenho na busca por vacinas em outros países, entre outras críticas.

Acrescenta ainda que é sexta-feira e os investidores podem estar reforçando posições defensivas pela incerteza sobre eventuais novos ruídos políticos no fim de semana.

Às 10h45, o dólar á vista subia 0,45%, a R$ 5,6972. O dólar para abril ganhava 0,88%, a R$ 5,6980.