O dólar segue em queda no mercado doméstico, após oscilar e renovar mínimas na esteira do CPI (dado de preços) dos Estados Unidos em maio e seu núcleo mais altos que o esperado nos mercados. A economista Carla Argenta, da CM Capital Markets, explica que a moeda norte-americana perde força aqui e também no exterior porque a segunda meta perseguida pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) é com o pleno emprego e diante da queda menor que a esperada dos pedidos semanais de auxílio-desemprego no país, a percepção é de que o Fed deve aceitar manter os juros baixos, deixando a inflação, mesmo subindo, em segundo plano, porque estaria refletindo choques transitórios e a autoridade monetária deve manter a política monetária expansionista.

Para a economista, o Banco Central Europeu (BCE) também passou mensagem hoje, com a sua decisão de manter os juros inalterados bem como as compras de ativos, de que ainda haverá liquidez muito grande e os juros devem seguir baixos.

Com isso, Argenta avalia que o BC brasileiro deve fazer nova alta de 0,75 ponto na Selic na próxima quarta-feira e poderá mudar o seu comunicado. “O BC poderá retirar a sinalização de ajuste parcial da política monetária para fazer um ajuste completo na Selic, porque a inflação interna alta agora já compromete as projeções de inflação para 2022”, comenta.

Às 10h19, o dólar à vista caía 0,47%, a R$ 5,0443. O dólar para julho recuava 0,38%, a R$ 5,0535.