O dólar se fortaleceu em geral, em um quadro de relativa cautela sobre o coronavírus e seus impactos para a economia global. O diferencial de ritmo na economia americana em relação a outras partes do mundo também colaborou com o movimento. Além disso, o peso argentino voltou a recuar, com expectativa por novidades sobre a questão da dívida no país.

No fim da tarde de Nova York, o dólar subia a 112,06 ienes, o euro caía a US$ 1,0791 e a libra tinha baixa a US$ 1,2879. O índice DXY, que mede o dólar ante outras moedas principais, registrou alta de 0,16%, a 99,865 pontos.

Até o meio do dia, o dólar oscilava perto da estabilidade em relação a outras moedas principais. Em meio à piora dos mercados acionários em Nova York, porém, a demanda pela moeda americana aumentou e o índice DXY atingiu máximas. O movimento depois perdeu certo fôlego, mas a alta prosseguiu.

Analistas têm apontado não só o coronavírus, mas também a força da economia dos EUA como motivo para a força recente do dólar. Na agenda de indicadores de hoje, o índice de atividade regional da Filadélfia, elaborado pela distrital local do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), subiu de 17,0 em janeiro a 36,7 em fevereiro, quando analistas previam queda a 8,0.

O iene, por outro lado, tem mostrado fraqueza, mesmo sendo tradicionalmente privilegiado quando há maior busca por segurança. O Rabobank sustenta que isso ocorre porque o Japão está próximo do surto de coronavírus e ainda corre o risco de uma recessão neste ano, após o PIB japonês ter recuado no quarto trimestre de 2019.

O dólar ainda avançou a 61,7174 pesos argentinos, um dia após o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmar em comunicado que a dívida do país é “insustentável” e dito que os credores privados devem dar um desconto considerável nela, para viabilizá-la. A Capital Economics avaliou em relatório a clientes que o anúncio do FMI significa que os credores da Argentina terão de dar esse desconto, mas ponderou que a questão pode se arrastar. Hoje, o presidente Alberto Fernández disse que o FMI “nos deu razão” e avaliou como inédita a postura do Fundo.