O dólar avançou ante outras moedas principais, diante da cautela com o coronavírus e seus desdobramentos na economia global. Além disso, o movimento foi propiciado por um dado forte nos Estados Unidos, em contraponto a mais um sinal fraco da maior economia europeia, a Alemanha.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 109,86 ienes, o euro recuava a US$ 1,0796 e a libra tinha baixa a US$ 1,3000, praticamente estável. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas principais, subiu 0,44%, a 99,440 pontos, no maior nível desde 1º de outubro de 2019.

A compra do dólar em geral foi apoiada pela cautela com o coronavírus, após a Apple divulgar no dia anterior um comunicado no qual afirmou que não conseguirá cumprir suas metas para o trimestre até março, diante do surto da doença concentrado na China, que atrapalha suas cadeias de produção e as vendas no país asiático. Para a Capital Economics, o dólar deve se manter forte ao longo de 2020. A Western Union, por sua vez, comenta em comunicado que o dólar mostrou força diante dos sinais de que o coronavírus começa a impactar os dados globais, enquanto a economia americana está em uma posição mais confortável.

Além disso, na agenda de indicadores o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Nova York informou que o índice de atividade industrial Empire State subiu de 4,8 em janeiro a 12,9 em fevereiro, ante previsão de 4,5 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.

O euro, por sua vez, recuou ao menor nível desde abril de 2017 ante o dólar, no dia de hoje. O movimento foi em parte propiciado após um dado na Europa. O índice ZEW de expectativas econômicas caiu de 26,7 pontos em janeiro a 8,7 em fevereiro, ante previsão de 21,0 pontos. Para analistas, esse dado foi o primeiro efeito do coronavírus no país e a Alemanha poderia se tornar um foco de fraqueza.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar avançava a 61,5870 pesos argentinos, com os mercados da Argentina vivendo dias de expectativa por notícias da negociação entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo local nesta semana. Declarações do presidente Alberto Fernández de que o FMI deveria dar um desconto na dívida, enquanto o próprio Fundo diz que não pode fazer isso, contribuem para a cautela.