O dólar se fortaleceu na comparação com rivais nesta terça-feira, 22, com avanço da demanda pela segurança da moeda americana, em meio a persistentes incertezas quanto ao coronavírus e indicadores macroeconômicos fracos.

No fim da tarde em Nova York, a divisa dos Estados Unidos subia a 103,72 ienes. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, se elevou 0,68%, a 90,654 pontos.

Analistas do BBH explicam que o índice deve testar a marca de 91 pontos nos próximos dias. “Como temos vistos com outras altas recentes em momentos de aversão ao risco, esse salto do dólar deve ser temporário e continuamos a prever o DXY na mínima de fevereiro de 2018 de 88,253 pontos”, projeta.

O cenário de cautela na sessão de hoje é atribuído às repercussões sobre a nova cepa do sars-cov-2 identificada no Reino Unido. O Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA informou hoje que ainda não há evidências comprovadas de que a variante possa ser mais infecciosa que as anteriores. No entanto, o órgão alertou que é possível que a mutação já esteja em circulação no país.

Na seara macroeconômica, o Conference Board revelou hoje que o índice de confiança do consumidor nos EUA caiu de 92,9 em novembro para 88,6 em dezembro, contrariando a previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta a 97,5. Já as vendas de moradias usadas no país caíram 2,5% entre outubro e novembro, à taxa anual de 6,69 milhões de unidades, segundo a Associação Nacional das Corretoras (NAR, na sigla em inglês).

Entre divisas europeias, no horário em questão, o euro recuava a US$ 1,2158 e a libra cedia a US$ 1,3351. A menos de duas semanas para o fim do período de transição do Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, os dois lados ainda não firmaram um acordo comercial e os prospectos para que a separação ocorra sem um pacto de livre comércio aumenta a cada dia. “Estamos realmente em um momento crucial e estamos dando um empurrão final”, disse o negociador-chefe da UE, Michel Barnier.

Na comparação com moedas emergentes, o dólar avançava a 83,2677 pesos argentinos e a 20,1881 pesos mexicanos.