O dólar operou em baixa hoje frente a maioria das moedas globais, em meio às discussões por um novo pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos. Na Europa, a sinalização de avanços nas tratativas pelo Brexit impulsionaram o euro e a libra ante a divisa norte-americana, mas os ganhos foram moderando ao longo do dia, à medida que surgiam indefinições sobre a questão.

O índice DXY, que mede o dólar frente seis moedas de economias desenvolvidas, fechou em baixa de 0,44%, a 90,714 pontos. O iene se valorizou frente à moeda americana, e o dólar era cotada a 103,90 ienes no fim da tarde em Nova York.

“Os mercados veem o copo econômico global meio cheio, graças ao progresso em direção à vacina para a covid-19 e a um novo impulso em Washington sobre o estímulo”, avalia a Western Union. Com o retorno das negociações por mais estímulos fiscais nos Estados Unidos, a percepção de analistas e investidores é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) poderia expandir seu programa de compra de ativos para absorver a possível nova emissão de títulos.

Alta do euro levou a moeda comum ao maior valor frente o dólar em dois anos, com a cotação de US$ 1,2144 no mesmo horário. “Os banqueiros centrais estão observando de perto a valorização da moeda, dado o vento contrário que ela coloca no crescimento e na inflação” aponta a Western Union, projetando a próxima reunião do Banco Central Europeu (BCE) no dia 10 de dezembro, quando a valorização do euro deve ser alvo de discussões.

A libra teve máxima de três meses em relação ao dólar, e era cotada a US$ 1,3451. “A libra mais forte também é um sinal de que o mercado está apostando em que o Reino Unido e a União Europeia cheguem a um acordo de comércio pós-Brexit”, avalia a Western Union. Em dia de noticiário agitado sobre as negociações, a libra teve seus ganhos em boa parte atrelados às expectativas de acordo.

Entre as moedas emergentes, a Capital Economics aponta que o cenário com “menos incertezas e expectativas de uma recuperação mais rápida iluminaram as perspectivas para ativos de risco, notadamente as moedas emergentes mais afetadas pelo choque pandêmico”. O dólar teve recuo frente a maioria dos ativos de países em desenvolvimento hoje.