O dólar fechou próximo aos R$ 3,20 nesta quarta-feira, 27, impulsionado pelo plano de reforma tributária do presidente dos EUA, Donald Trump, que poderá impulsionar a economia americana. Desde cedo, a moeda já vinha avançando com esta expectativa, seguindo a valorização generalizada da divisa ao redor do mundo, cujo movimento refletiu também a possibilidade cada vez maior de aumento de juros no país em dezembro. Internamente, profissionais do mercado destacaram o enfraquecimento da base governista como fator principal da cautela, o que tem contribuído para manter o dólar em tendência de alta.

A proposta de reforma tributária americana teve como destaque a redução da alíquota para empresas de 35% para 20% e para pessoas físicas, as faixas de impostos foram reduzidas para três faixas: 12%, 25% e 35%. Além disso, mais pessoas serão isentas, informou Trump.

O índice DXY, que mensura a moeda americana contra seis divisas fortes, atingiu o maior nível em um mês, pouco antes do anúncio do plano tributário dos republicanos. A proposta do governo de Donald Trump é simplificar os tributos no país e diminuir a alíquota paga por empresas e pessoas físicas, o que poderia impulsionar o crescimento econômico, acelerar a inflação e, consequentemente, preparar um caminho para uma política monetária mais apertada.

Contribuiu também para a alta a tensão geopolítica. Para o diretor de câmbio da Abrão Filho, Fernando Oliveira, o dólar reverteu com mais força a tendência de baixa em relação às moedas emergentes, após a Coreia do Norte dizer, na segunda-feira, que os EUA fizeram uma declaração de guerra e que, mediante a isto, poderá derrubar aviões bombardeiros americanos. “Depois disso, o cenário ficou bastante incerto porque tudo indica que em algum momento haverá intervenção militar”, pontuou.

Além disso, internamente, o diretor da Abrão Filho destacou uma mudança de posição do investidor diante do enfraquecimento da base do governo devido a uma série de obstáculos. De acordo com especialistas, o mercado tem refletido essa confusão política que impede a realização de reformas estruturais, principalmente a da Previdência.

No mercado à vista, o dólar fechou em alta de 0,78%, aos R$ 3,1921, maior nível desde 14 de agosto. O giro financeiro somou US$ 1,80 bilhão. Na mínima, a moeda ficou em R$ 3,1805 (+0,41%) e na máxima, R$ 3,1983 (0,97%). Em três dias de alta, a moeda acumula ganhos de 2,07%.

No mercado futuro, o dólar para outubro subiu 0,79%, aos R$ 3,1935. O giro financeiro somou US$ 19,48 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,1805 (+0,37%) a R$ 3,1995 (+0,97%).