O dólar recuou de forma generalizada nesta quarta-feira, 19, à medida que investidores demonstram maior apetite por risco com a amenização das preocupações com a escalada das tensões entre Estados Unidos e China, com Brexit também no radar.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar recuava para 112,26 ienes, o euro subia a US$ 1,1676 e a libra ficou praticamente estável a US$ 1,3144. Já o índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas fortes, fechou em alta de 0,10%, para 94,537 pontos.

A avaliação de que o agravamento das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo não foi tão grande quanto as ameaças deu certo alívio aos mercados, apontam analistas da Capital Economics.

Segundo eles, não só as tarifas americanas de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses foram menores do que o presidente dos EUA, Donald Trump, havia mencionado anteriormente (25%), como também já eram esperadas pelos agentes.

Com isso, o dólar corrigiu os ganhos de terça-feira e registrou queda ante moedas fortes e de países emergentes. Também ajudou no sentimento de saída da segurança a ação do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), que enfraqueceu levemente o yuan em relação ao dólar ao fixar a taxa de paridade desta quarta-feira em 6,8569 yuans por dólar, desvalorização de menos de 0,1%. Nesse sentido, o banco central chinês indica que deseja manter o yuan estável.

Já a libra chegou ao fim da tarde estável. Os investidores ponderaram o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido acima das projeções dos analistas e a possibilidade de a primeira-ministra britânica, Theresa May, não aceitar uma proposta aprimorada da União Europeia para a fronteira entre as Irlandas, um dos principais impasses para a formulação de um acordo para o Brexit.

O peso argentino, por sua vez, voltou a operar em alta em relação à moeda americana, diante do otimismo de investidores após o Ministério da Fazenda da Argentina solicitar a criação de Letras do Tesouro (Lecap) com o intuito de conter a alta do dólar.

A intenção do governo com esses títulos – que serão denominados em pesos – é tentar fazer com que investidores mantenham suas posições em pesos argentinos e evitar uma maior demanda pela moeda americana.

Após o fechamento da moeda, o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) do país informou que o Produto Interno Bruto (PIB) argentino apresentou uma contração de 4,2% no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2017.