O dólar opera com viés de baixa na manhã desta segunda-feira, 16. Os agentes financeiros realizam ganhos recentes após a confirmação das expectativas de ataque dos Estados Unidos, Reino Unido e França à Síria na noite de sexta-feira (13). Pesquisa Datafolha mostrando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liderança em todos os cenários em que ele aparece é aparentemente minimizada – assim como estaria sendo deixado em segundo plano a “pauta-bomba” que tramita no Congresso e que pode ter impacto de cerca R$ 667 bilhões nos cofres públicos até 2020.

O gerente de mesa de derivativos de uma gestora de recursos diz que o mercado realiza ganhos após o ataque à Síria, com os Estados Unidos saindo vitorioso com a operação. Em relação ao Datafolha, o mercado vê que à medida que vai passando o tempo Lula perde força, diz esse gerente. “Quanto mais tempo Lula ficar preso, tende a diminuir a margem de intenção de votos nele”, avalia.

Sobre a pauta bomba do Congresso, revelada em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, o mercado ainda não precificou e deve começar a esmiuçar essa pauta, diz a mesma fonte. “O próximo presidente é que terá de gerir esse rombo e, como não é no curto prazo, é minimizado por enquanto”, comenta. “Vamos monitorar as propostas de ações que o próximo presidente pretende adotar para conter esse rombo”, afirma.

Às 9h28 desta segunda, o dólar à vista caía 0,48%, aos R$ 3,4098. O dólar futuro para maio recuava 0,29%, aos R$ 3,4140.

No exterior, os futuros das bolsas de Nova York e os juros dos Treasuries operam com ganhos nesta manhã, com menor busca por segurança entre investidores, diante da avaliação de que o ataque com mísseis na Síria foi um fato pontual, não parte de um conflito mais amplo. Investidores aguardam ainda um discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Atlanta, Raphael Bostic, às 14h15 (no horário de Brasília).