O dólar opera em baixa alinhada à tendência no exterior em meio a apetite por ativos de risco. Os investidores precificam ainda a manutenção da nota de crédito do País em moeda estrangeira pela agência S&P, em BB- com perspectiva estável, a forte alta de commodities e expectativas de leilão de linha de até US$ 1 bilhão no mercado cambial no fim da manhã.

Há expectativas ainda pela votação da PEC dos Precatórios no Plenário do Senado, que pode acontecer na tarde desta quarta-feira, após a sabatina de indicado do presidente para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça. Para conseguir mais apoio à PEC, o governo abriu negociação para limitar o pagamento das despesas com sentenças judiciais até 2026. O texto que foi aprovado na Câmara e que agora será votado pelos senadores determina uma trava até 2036. Parlamentares críticos à PEC admitem votar favoravelmente se essa mudança ocorrer, com a avaliação de redução dos riscos fiscais.

Os investidores globais aguardam ainda o depoimento do presidente do Fed, Jerome Powell, no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes (11h), assim como o Livro Bege (16h). Ontem, Powell afirmou que a inflação persistentemente alta nos EUA é compatível com o fim antecipado do tapering em 2022, o que indica menor liquidez nos mercados.

Mais cedo, o IBGE informou que o Índice de Preços ao Produtor (IPP), que inclui preços da indústria extrativa e de transformação, registrou alta de 2,16% em outubro, ante alta de 0,25% em setembro. Também pela manhã, o IPC-S acelerou a 1,08% no fechamento de novembro, após variação de 0,77% em outubro, acima do teto da pesquisa Projeções Broadcast, de 1,04%, com mediana de 0,98% e piso de 0,91%. O indicador acumulou inflação de 9,89% nos 12 meses, também acima da expectativa mais alta do levantamento, que tinha estimativas de 9,70% a 9,84% e mediana de 9,80%.

No mercado de divisas emergentes, o destaque é a queda de 1,21% do dólar ante a lira turca por volta das 9h30, que se fortalece após o banco central da Turquia anunciar que fará intervenção no mercado de câmbio, devido à “formação de preços prejudiciais”. A autoridade monetária não forneceu maiores detalhes sobre as medidas. A divisa local tem sido penalizada por conta da ingerência do presidente do país, Recep Tayyip Erdogan, no BC, que cortou juros mesmo com a escalada da inflação.

Às 9h32, o dólar à vista caía 0,56%, a R$ 5,6038. O dólar futuro de janeiro de 2022 recuava 0,33%, a R$ 5,6390.