O dólar continuou, nesta quinta-feira, 4, o movimento de desvalorização ante outras divisas fortes, mas subiu em relação à moeda japonesa, em um movimento de apetite por risco que tem predominado no mercado cambial nos últimos dias. O euro manteve a valorização generalizada, após o Banco Central Europeu (BCE) aumentar o estímulo monetário.

No fim da tarde em Nova York, o euro avançava a US$ 1,1340, a libra subia a US$ 1,2602 e o dólar registrava alta a 109,15 ienes. O índice DXY, que mede a variação da divisa americana ante seis rivais, registrou queda de 0,61%, a 96,677 pontos.

“O dólar foi pressionado nesta semana, à medida que cresce o otimismo de que os danos econômicos do coronavírus estão começando a se reduzir”, avalia o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union. De acordo com ele, a “fraqueza” do dólar pode continuar, tendo em vista o aumento “vertiginoso” que se prevê para o déficit fiscal dos Estados Unidos.

Nesta sexta-feira, o mercado vai acompanhar a divulgação do relatório de empregos (payroll) americano de maio. Ontem, dados do mercado de trabalho americano no setor privado surpreenderam positivamente, mas os pedidos de auxílio-desemprego semanais, informados hoje, vieram mais ou menos em linha com as projeções de analistas.

O euro, por sua vez, ganhou mais impulso hoje depois que o BCE anunciou que expandirá seu programa de compras de ativos. Para Boris Schlossberg, muitas variáveis econômicas estão “invertidas” por causa da pandemia de covid-19, já que, em um cenário normal, mais estímulos monetários enfraqueceriam a moeda. “Uma política altamente acomodatícia é realmente vista como positiva para a moeda, porque fornece suporte para uma recuperação do crescimento”, explica.

Ante divisas emergentes e ligadas a commodities, a cautela predominou. No final tarde em Nova Yokr, o dólar subia a 21,9520 pesos mexicanos, a 68,8164 pesos argentinos e a 16,9248 rands sul-africanos.

Em relatório divulgado hoje, o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) disse que os impactos da pandemia de covid-19 fizeram com que muitos países emergentes perdessem o “medo de flutuação” no mercado cambial.