O dólar recuou de forma generalizada nesta quarta-feira, 23, à medida que as preocupações dos investidores com os efeitos da paralisação parcial do governo federal dos Estados Unidos aumentam e ferem as perspectivas para a economia do país.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o euro avançava para US$ 1,1385 e a libra subia para US$ 1,3085. O índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas fortes, fechou em baixa de 0,19%, cotado a 96,123 pontos. Em relação à moeda japonesa, o dólar subia para 109,61 ienes. A moeda japonesa repercutiu a decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), que cortou projeções tanto para o crescimento do país quanto para a inflação no atual ano fiscal.

As expectativas de que um acordo entre americanos e chineses seja firmado até 1º de março voltou ao radar após comentários otimistas de integrantes da Casa Branca, incluindo o presidente Donald Trump. No entanto, quem pesou no sentimento dos investidores quanto ao dólar nesta quarta-feira foi o “shutdown”. Em entrevista à rede de TV americana CNN, o diretor do Conselho de Assuntos Econômicos do governo, Kevin Hassett, admitiu que, se a paralisação durar todo o trimestre, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA do primeiro trimestre pode ser zero.

O Barclays não demorou e, durante a tarde, reduziu suas projeções para a expansão da economia americana entre janeiro e março. Agora, o banco acredita que o PIB dos EUA deve apresentar crescimento anualizado de 2,5%, abaixo dos 3,0% projetados anteriormente.

“A narrativa do dólar está começando a mudar”, afirmou o diretor de estratégia de câmbio da TD Securities para América do Norte, Mark McCormick. De acordo com ele, “há um impulso na história de que o dólar irá se enfraquecer este ano”.