O dólar recuou ante outras divisas principais, em meio a ameaças do presidente americano, Donald Trump, de impor novas tarifas a parceiros comerciais e na esteira de dados fracos da Economia dos Estados Unidos divulgados nesta terça-feira, 3.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas de Nova York, o dólar recuava a 108,62 ienes e a 0,9873 franco suíço. O euro, por sua vez, subia a US$ 1,1084 e a libra, a US$ 1,2997. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, terminou o dia em baixa de 0,12%, aos 97,737 pontos.

A moeda americana acentuou o movimento de queda no final desta manhã, após a Fox News ter informado que os Estados Unidos vão seguir em frente com as tarifas à China previstas para entrarem em vigor em 15 de dezembro. Antes disso, Trump havia dito que não há um prazo para a assinatura da chamada “fase 1” do acordo comercial entre Washington e Pequim. O líder da Casa Branca também declarou preferir que um acordo com a China ficasse para depois das eleições americanas de 2020.

Trump ameaçou, ainda, impor tarifas contra produtos da França, devido a um Imposto sobre Serviços Digitais do país europeu.

Dados divulgados ontem sobre a economia americana também contribuíram para a baixa do dólar hoje, segundo o analista sênior de mercado do Western Union Joe Manimbo. “O dólar norte-americano manteve-se em queda diante de novos sinais de moderação na maior economia do mundo”, afirma. O índice do Instituto para Gestão da Oferta (ISM) para a indústria dos EUA, por exemplo, recuou e frustrou a previsão dos analistas ontem.

Manimbo destaca que, no caso da libra, a força se deve a pesquisas de opinião que apontam vantagem do Partido Conservador, do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, na eleição geral de 14 de dezembro. Uma possível vitória dos conservadores é vista como uma sinalização de que o acordo do Brexit será levado adiante.

“O euro também encontrou apoio de sinais nascentes de estabilização na economia europeia”, diz o analista. “O que contrasta com a fraqueza nos EUA”, acrescenta.

Ante outras divisas emergentes, o dólar avançava a 19,5849 pesos mexicanos e a 14,6384 rands sul-africanos, mas recuava a 59,8490 pesos argentinos.