O dólar recuou levemente ante rivais nesta sexta-feira, em meio à percepção de piora nas relações entre os Estados Unidos e a China. A imprensa americana noticiou que a Casa Branca avalia limitar fluxos de capital para o país asiático, mantendo investidores na defensiva e em busca de moedas consideradas mais seguras, como o franco suíço, embora tenha encontrado espaço para avançar levemente ante o iene. O euro forte ante o dólar ajudou a pressionar a moeda americana.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 107,94 ienes, mas caía a 1,0843 francos suíços. Na mesma marcação, o euro subia a US$ 1,0945 e a libra recuava a US$ 1,2297. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de outras seis rivais, teve queda de 0,02% a 99,109 pontos.

A notícia de que os EUA podem voltar a endurecer sua estratégia da guerra comercial com a China renovou o clima de cautela entre investidores. Veículos da imprensa americana divulgaram que Washington estuda limitar fluxos de capital do país para a China, o que pode conter investimentos por lá. A informação conteve o apetite por risco, poucas semanas antes de autoridades das duas maiores economias do mundo se reunirem para discutir as divergências tarifárias.

Continuam colaborando para a postura defensiva do mercado as incertezas envolvendo o impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Apesar de o líder da Casa Branca estar sendo formalmente investigado por suposto crime, analistas consideram improvável que ele seja removido do cargo. A consultoria Eurasia considera que o risco é muito baixo, de 10%, já que o Senado é controlado pelos republicanos, partido do presidente. Contudo, a instituição não descarta a possibilidade de o impeachment ser aprovado na Câmara dos Deputados, que é controlada pelos democratas.

O dólar também foi pressionado pelo euro forte, que encontrou espaço para avançar apesar dos indicadores fracos da zona do euro. O índice de sentimento econômico do bloco, que mede a confiança de setores corporativos e dos consumidores, caiu de 103,1 em agosto para 101,7 em setembro, atingindo o menor patamar desde fevereiro de 2015, segundo dados publicados pela Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia. Ainda assim, a moeda comum recuperou parte de perdas recentes.