O dólar firmou baixa durante a tarde desta segunda-feira, 8, ainda que próximo à estabilidade, após operar em alta, seguindo forte recuo durante as negociações de sexta-feira, 5. O foco do mercado esteve na tramitação do pacote de estímulos fiscais nos Estados Unidos, que pressiona a divisa americano à medida que as expectativas inflacionárias no país crescem. Já o euro se recuperou do impacto de um dado fraco na Alemanha e se valorizou ante a moeda americana.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis concorrentes fortes, teve recuo de 0,12%, aos 90,934 pontos, perto do fim das negociações em Nova York. Principal componente do índice, o euro avançou a US$ 1,2054, enquanto a libra teve alta e encerrou a sessão cotada a US$ 1,3741, após alternar entre perdas e ganhos durante o dia. Já o iene japonês replicou o otimismo das bolsas asiáticas e, com isso, o dólar era cotado a 105,20 ienes no fim da tarde em NY.

+ Em recuperação, barril de petróleo volta a superar 60 dólares

O foco do mercado hoje está voltado para as negociações pelo pacote de estímulos fiscais nos EUA. Ontem, em entrevista à CNN, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, voltou a defender um apoio fiscal robusto, minimizando o possível impacto dos estímulos sobre a inflação. No âmbito do pacote americano, o mercado acompanhou notícias de uma nova ajuda a empresas aéreas e um possível aumento em auxílio destinado a famílias, além da possibilidade da ampliação do salário mínimo a US$ 15 por hora ficar fora da proposta final, segundo disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

Para o Standard Chartered, o ganho do dólar visto na última semana deve se provar “temporário” diante da perspectiva de maior estímulo fiscal nos EUA. Segundo o banco, a sustentabilidade do pacote fiscal depende do controle do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sob o custo de empréstimos, em tendência negativa para o dólar. “O déficit em conta corrente deve aumentar ainda mais e os ativos dos EUA não são atraentes o suficiente para facilitar esse financiamento no médio prazo”, diz a instituição.

A Capital Economics, por outro lado, vê sinais positivos para a moeda americana a médio prazo. A consultoria lista o relativo sucesso do programa de vacinação nos EUA e aumento recente nos rendimentos dos títulos do governo como as razões para sustentar a alta do dólar. A casa também aponta para a queda da divisa nos últimos meses de 2020 e a especulação contra o dólar como outros motivos que sugerem sua valorização.

Entre moedas emergentes, o destaque ficou para o peso argentino, em meio às negociações do governo do país sul-americano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para reestruturação da dívida. O diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do Fundo, Alejandro Werner, disse que a meta de terminar as negociações até maio é ambiciosa, mas tanto FMI quanto Argentina tentarão cumpri-la. O dólar avançava a 88,1880 pesos argentinos perto do fim da sessão em NY.

*Com informações da Dow Jones Newswires