O dólar operou em queda nesta quinta-feira, 28, após um ciclo de ganhos recentes. Uma menor busca por segurança no mercado, indicadores econômicos dos Estados Unidos lidos como positivos pelo mercado e declarações sobre o pacote fiscal americano reduziram o apelo da moeda. Diante deste cenário, investidores apenas monitoraram a situação da pandemia do novo coronavírus, que hoje pressionou ativos de commodities ligadas à indústria.

O índice DXY, que mede o dólar frente a seis moedas fortes, fechou em baixa de 0,21%, a 90,455 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,2135, enquanto a libra esterlina apreciava a US$ 1,3739. As perdas do dólar foram contidas pelo enfraquecimento do iene japonês. Próximo ao fim das negociações, a divisa americana se valorizava a 104,23 ienes.

O sentimento de aversão geral a riscos visto ontem nos mercados arrefeceu hoje, entre outros fatores, com uma queda nos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA. O Produto Interno Bruto (PIB) americano para o 4º trimestre de 2020, porém, cresceu à taxa anualizada de 4%, após uma aceleração de 33,4% no trimestre anterior. O PIB anual do país recuou 3,5%, no pior desempenho do índice desde a Segunda Guerra Mundial, mas em queda menor do que o projetado, segundo aponta a Western Union, em relatório enviado a clientes.

A consultoria avalia ainda que a escalada da libra hoje acontece em meio ao relativo sucesso no programa de vacinação contra a covid-19 no Reino Unido. O país é, até agora, o que mais imunizou sua população em termos per capita na Europa e o terceiro no mundo, atrás apenas de Israel e Emirados Árabes Unidos, segundo dados da plataforma Our World in Data, da Universidade de Oxford.

Quanto ao euro, o mercado de câmbio ignorou as notícias envolvendo o atraso no programa de vacinação da União Europeia (UE) e as restrições a viajantes de países mais atingidos pela pandemia anunciadas por Alemanha e Portugal.

Comentários a respeito do pacote fiscal nos EUA deram ainda mais fôlego ao risco aos mercados hoje e pressionaram o dólar. Segundo o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, a casa vai começar a analisar o projeto de apoio fiscal do presidente Joe Biden já na semana que vem. Enquanto isso, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, negou que o governo americano pretende dividir em dois o pacote de estímulos de US$ 1,9 trilhão.