O dólar recuou ante outras moedas fortes nesta quarta-feira,7, no dia seguinte às eleições de meio de mandato nos Estados Unidos, cujos resultados começaram a ser conhecidos na madrugada desta quarta no Brasil. Para analistas, imperam as incertezas diante de um Congresso dividido.

O dólar operou em queda ante moedas fortes e maioria das divisas emergentes com a leitura de que diminuiu o espaço para mais flexibilização fiscal nos EUA, o que poderia reduzir o aperto monetário no país. Já o euro se beneficiou, após a produção industrial da Alemanha surpreender e subir.

Próximo ao fim dos negócios em Nova York, o euro avançava a US$ 1,1440, de US$ 1,1418 de ontem, e a libra subia a US$ 1,3132, de US$ 1,3096.

Mesmo confirmando o cenário amplamente esperado de vitória democrata na Câmara e maioria republicana no Senado, um Congresso dividido, para analistas, gera dúvidas quanto ao rumo da política fiscal nos EUA, o que contribui para a fraqueza da divisa americana.

“Expressamos sérias preocupações sobre a perspectiva fiscal dos EUA. Como está atualmente, o déficit orçamentário está aumentando mesmo enquanto a atividade está crescendo de forma robusta. Outro tiro de estímulo fiscal seria desaconselhável, e a divisão do Congresso significa que agora é muito improvável”, avaliam analistas do BBH, em nota a clientes.

Ao mesmo tempo, a perspectiva de um Legislativo que pode dificultar que o presidente americano, Donald Trump, leve em frente sua agenda de estímulos poderia acelerar a chegada de uma recessão.

“O resultado agora abre caminho para a desaceleração do crescimento que tivemos durante algum tempo como nosso cenário base. No atual ritmo de crescimento de 3-4% anualizado, a economia está disparando em todos os cilindros e crescendo bem acima do potencial (a estimativa do Fed é de 1,8%)”, destaca o economista Bill Diviney, do ABN.