O dólar recuou ante rivais nesta sexta-feira, 17, pressionado principalmente pela força do euro. Mas um indicador fraco da economia americana, o índice de sentimento do consumidor, também pesou e levou o Dollar Index (DXY), que mede a variação da divisa dos Estados Unidos ante uma cesta de outras seis concorrentes fortes, para o vermelho.

Próximo ao horário do fim dos negócios em Nova York, o dólar caía a 106,98 ienes, o euro subia a US$ 1,1437 e a libra esterlina avançava a US$ 1,2568. Já o DXY encerrou o dia em queda de 0,42%, a 95,942 pontos.

O euro se fortaleceu durante o dia em meio a expectativas pela cúpula da União Europeia (UE), que acontece entre hoje e amanhã. As autoridades estão tratando sobre o Fundo de Recuperação para o bloco, de 750 bilhões de reais, projeto que, segundo especialistas, tende a fortalecer a união monetária.

Ainda assim, muitos agentes do mercado acreditam que não a UE não deve chegar a um consenso neste fim de semana. “Nossa opinião é que é improvável que a obtenção da unanimidade necessária de apoio para desse fundo aconteça rapidamente e que a probabilidade de um avanço na cúpula é baixa”, avalia o Rabobank. A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu que as negociações serão muito difíceis.

Ofereceu pressão adicional à moeda americana o índice de sentimento do consumidor dos EUA, elaborado pela Universidade de Michigan, recuou de 78,1 em junho para 73,2 na preliminar de julho. Analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda menor, a 77,8. A percepção de fraqueza em relação à maior economia do mundo pesou em sua divisa.

Sobre o tema, inclusive, a Fitch divulgou relatório nesta sexta-feira afirmando que o avanço galopante do coronavírus nos EUA deve afetar o processo de reabertura e, consequentemente, as projeções da agência para o país. Hoje, a Fitch espera que a economia americana contraria 5,6% em 2020.