O índice DXY, que mede a variação do dólar ante seis rivais fortes, testou uma alta no começo do pregão, em meio à escalada do conflito entre os Estados Unidos e a China, mas fechou em baixa, pressionado pelo euro. A moeda única atingiu hoje o maior nível desde outubro de 2018, ainda na esteira da aprovação do fundo europeu de recuperação econômica.

Próximo ao horário do fim dos negócios em Nova York, o dólar subia a 107,20 ienes, o euro avançava a US$ 1,1578 e a libra esterlina registrava alta a US$ 1,2742, quase estável. O DXY, por sua vez, recuou 0,14%, a 94,988 pontos.

O acordo alcançado pelos líderes europeus nesta semana, por um pacote de 750 bilhões de euros, continua dando apoio à valorização da moeda única. “O recente rali do euro é um reflexo da confiança e otimismo do mercado de que, com este pacote, a zona do euro se sairá melhor do que os EUA nos próximos meses”, avalia a diretora de estratégias cambiais da BK Asset Management, Kathy Lien.

Para a profissional, a fraqueza do dólar também é resultado da incerteza sobre o próximo pacote de estímulos do governo dos EUA. Hoje, a imprensa americana noticiou que a Casa Branca e o Partido Republicano consideram estender os benefícios de seguro-desemprego até dezembro.

O avanço da covid-19 nos EUA e as tensões entre Washington e Pequim também continuam no radar. Hoje, o governo de Donald Trump ordenou o fechamento do consulado da China em Houston, no Texas, e o país asiático prometeu retaliar.

“Embora o sentimento em relação ao dólar continue a se deteriorar, um cenário de mercado arriscado pode ajudar a retardar sua queda”, diz o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union, ao comentar sobre o conflito geopolítico.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar se valorizou. No final da tarde em Nova York, a divisa americana subia a 71,7944 pesos argentinos, a 16,4961 rands sul-africanos e a 22,3515 pesos mexicanos.