O dólar recuou ante rivais nesta quinta-feira, diante da interpretação de que dois impasses amplamente monitorados pelos mercados internacionais – a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China e a saída do Reino Unido da União Europeia – apresentaram avanços.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 107,96 ienes, enquanto o euro avançava a US$ 1,1009, retomando o patamar do US$ 1,10. A libra, por sua vez, tinha alta a US$ 1,2458. O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de outras seis moedas principais, fechou em queda de 0,42%, a 98,701 pontos, perdendo o patamar dos 99 pontos.

Deu fôlego ao apetite por risco a notícia de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve se reunir com o vice-premiê da China Liu He, sexta-feira, na Casa Branca. O anúncio foi feito pelo próprio líder americano e vem durante as negociações comerciais entre as duas maiores economias do mundo, que acontecem entre quinta e sexta, em Washington.

Com isso, o dólar encontrou espaço para avançar ante o iene, considerada uma moeda mais segura, mas recuou ante divisas emergentes. Perto do fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 64,505 rublos e a 19,4906 pesos mexicanos.

Colaborou para a queda da moeda americana a força da libra, que respondeu à percepção de que um acordo para a saída do Reino Unido da União Europeia pode estar à vista. O próprio premiê britânico, Boris Johnson, declarou, por meio de sua conta oficial no Twitter, que teve uma reunião com o líder irlandês, Leo Varadkar, e que ambos concordaram que há caminhos para um acordo para o Brexit.

No fim da tarde, o site Sky News noticiou que o Reino Unido pode propor um acordo de livre-comércio limitado ao bloco europeu, como forma de dar fim ao impasse do Brexit, o que deu novo impulso à libra esterlina.

No caso do euro, a força se deu, de acordo com o BK Asset Management, a partir da ata da mais recente reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), publicada nesta quinta. O documento apresentou que alguns dirigentes da instituição mostraram divergência quanto à necessidade de retomar o programa de relaxamento quantitativo (QE, na sigla em inglês). O tom menos “dovish” deu força à moeda comum.