O dólar apresentou queda em relação a outras moedas principais nesta quarta-feira, 14, com os investidores atentos a indicadores de inflação nos Estados Unidos. Também esteve no radar dos agentes as negociações em torno da saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) tanto em Londres quanto em Bruxelas.

Próximo ao horário de fechamento das bolsas em Nova York, o dólar caía para 113,55 ienes; o euro subia para US$ 1,1330 e a libra avançava para US$ 1,3029. Já o índice DXY, que mede a moeda americana contra uma cesta de outras seis divisas fortes, fechou em baixa de 0,21%, para 96,803 pontos, abandonando a marca psicologicamente importante dos 97 pontos.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA ditou os rumos nos negócios do mercado de câmbio nesta quarta-feira. De acordo com o Departamento do Trabalho do país, o indicador apresentou alta anual de 2,5% em outubro, em linha com a mediana das projeções de analistas consultados pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. O núcleo do CPI, contudo, apresentou avanço de 2,1% na mesma base comparativa, enquanto a mediana das estimativas apontava para ganho ligeiramente maior, de 2,2%.

“Com base nos relatórios do CPI e do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), nós estimamos que o núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) avançou 0,12% na passagem de setembro para outubro, o que indicaria avanço anual de 1,82%”, apontaram analistas do Goldman Sachs, em nota a clientes. Caso a estimativa do banco americano esteja correta, haveria uma desaceleração na principal medida de inflação acompanhada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) – o núcleo do PCE – , que, em setembro, apresentou ganho anual de 2,0%.

Os agentes também monitoraram a questão do Brexit. A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, anunciou durante a tarde que o gabinete do governo deu suporte ao acordo preliminar alcançado entre os negociadores britânicos e os da União Europeia para o divórcio. Pouco depois, o principal negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier, afirmou que o período de transição após a separação pode ser estendido para que haja um acordo entre as duas partes a fim de resolver assuntos comerciais.