O dólar recuou ante outras moedas principais, como a libra e o franco suíço, com os investidores na expectativa por um corte de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) para fazer frente ao impacto econômico do coronavírus, o que deixaria a divisa dos Estados Unidos menos atrativa.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 108,32 ienes, mas caía a 0,9597 francos suíços, o euro avançava a US$ 1,1147 e a libra tinha baixa a US$ 1,2771. O índice DXY, que mede o dólar ante outras divisas principais, recuou 0,79%, a 97,360 pontos.

“O dólar continuou a ‘sangrar’, à medida que a disseminação do coronavírus aumentou as expectativas de cortes nas taxa de juros pelo banco central dos EUA”, comenta o analista sênior de mercado Joe Manimbo, do Western Union.

Na sexta-feira, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse em comunicado que reconhece o coronavírus como um risco para a atividade econômica e garantiu que a instituição agirá “conforme apropriado para apoiar a economia”. Hoje, os contratos futuros de juros monitorados pelo CME Group já apontavam 100% de chance de o BC americano cortar a taxa dos Fed Funds em 0,5 ponto porcentual neste mês.

“O negativo para o dólar é que o Fed tem mais margem de manobra do que muitos bancos centrais rivais”, o que pode causar dano ao dólar, afirma Manimbo.

No caso do iene, o presidente do Banco do Japão (BoJ, o banco central do país), Haruhiko Kuroda, também emitiu nota e garantiu que proporcionará ampla liquidez e estabilidade aos mercados financeiros.

A libra esterlina, por sua vez, também caiu com apostas de afrouxamento monetário pelo Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), embora tenha reduzido perdas após um dado do Reino Unido acima do esperado. “Dúvidas sobre o Brexit também abalaram a libra”, ressalta Manimbo, do Western Union.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar caía a 19,4081 pesos mexicanos e a 15,4820 rands sul-africanos, mas subia a 62,1943 pesos argentinos, no fim da tarde em Nova York.