O dólar recuou em relação ao euro e ao iene, após o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, um órgão apartidário, cortar sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, em meio a outros sinais que impulsionaram a cautela dos investidores. A libra, por sua vez, caiu na véspera de uma votação importante sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit).

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 109,35 ienes, o euro avançava a US$ 1,1432 e a libra tinha baixa a US$ 1,3162.

O CBO cortou de 2,4% para 2,3% sua projeção de crescimento dos EUA neste ano, estimando subtração de US$ 3 bilhões por causa da paralisação parcial do governo americano. Segundo o órgão, o PIB perdido no quarto trimestre do ano passado e no primeiro de 2019 será “apenas parcialmente recuperado” posteriormente.

Além disso, um dado fraco do lucro industrial da China, um balanço abaixo do esperado da Caterpillar e um corte nas projeções da Nvidia somaram-se para o quadro negativo hoje. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou em discurso que, nos últimos meses, indicadores da zona do euro seguiram mais fracos que o esperado, diante da demanda externa mais modesta e de fatores específicos de alguns países e setores.

Na avaliação de Kit Juckes, estrategista macro do Société Générale, a perspectiva para o dólar é fraca neste momento. Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve sinalizar “paciência” no aperto monetário, prevê o analista, que também aponta para preocupações “bem fundamentadas” sobre o crescimento global.

No caso da libra, houve enfraquecimento da moeda um dia antes de o Parlamento britânico votar emendas no Brexit. Na avaliação do Rabobank, garantias de que não haverá uma saída do Reino Unido da UE sem acordo podem reduzir a pressão sobre a libra. Uma das emendas já propostas sugere justamente a proibição de uma saída sem acordo do bloco, mas não se sabe se ela será discutida nesta terça-feira. (Com informações da Dow Jones Newswires)