O dólar começou novembro em queda, mesmo após ter recuado 8% em outubro, a maior desvalorização em 28 meses. Com a moeda americana perdendo força de forma generalizada ante divisas de emergentes, o dólar terminou o dia aqui em baixa de 0,82%, aos R$ 3,6979, perto das mínimas desta quinta-feira, 1.

As declarações do presidente americano Donald Trump de que teve uma conversa muito boa com Xi Jinping, o presidente da China, com ênfase no comércio exterior, animaram os investidores mundo afora e fizeram o Ibovespa aqui bater máxima histórica no intraday.

“O comportamento doméstico está positivo e pegou impulso numa melhora externa, com um cenário melhor para emergentes hoje”, aponta o economista-chefe da Guide Investimentos, Victor Candido. Para ele, a confirmação de que o juiz federal Sergio Moro será o novo ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PSL) corroborou o bom humor das mesas de operação, mas não chegou a ter impacto direto e significativo nos ativos.

A moeda americana operou em queda durante todo o pregão, batendo na máxima de R$ 3,7133 (-0,40%) e na mínima de R$ 3,6802 (-1,29%). Na semana, acumulou alta de 1,24%.

O economista para América Latina do grupo holandês ING, Gustavo Rangel, avalia que os resultados da eleição melhoraram as perspectivas para o quadro fiscal brasileiro, o que deve ajudar a estender o rali nos ativos locais. “Ainda é muito cedo para dizer se Bolsonaro será capaz de reancorar as contas fiscais do Brasil, mas os sinais têm sido encorajadores”, escreve em relatório, destacando que o presidente eleito e sua equipe parecem entender a urgência de medidas fiscais.

A sexta-feira será feriado no Brasil e, no mesmo dia, serão divulgados dados de emprego dos Estados Unidos, um dos números mais aguardados e monitorados pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e por Wall Street. O câmbio brasileiro, porém, só deve repercutir este números na segunda-feira (5).