O dólar recuou ante os pares, com exceção da moeda japonesa, nesta sexta-feira, em dia que contou com apetite por risco no mercado, após a cautela de ontem em virtude da preocupação com a covid-19. Parte do apetite por risco foi inspirado pela notícia de que a Pfizer pedirá a autorização para aplicar a terceira dose de sua vacina nos Estados Unidos.

Na zona do euro, a mudanças na abordagem para a inflação do Banco Central Europeu (BCE) seguem sendo avaliada pelo mercado. Já no caso do iene, a desvalorização ante o dólar vem em correção à uma forte alta do ativo japonês.

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No final da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,1881, a libra avançava a US$ 1,3893 e o dólar subia a 110,15 ienes, moeda refúgio cuja demanda também se reduziu hoje. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA contra seis rivais, por sua vez, registrou baixa de 0,31%, a 92,130 pontos.

“Embora o sentimento do mercado tenha melhorado na sexta-feira, as correntes que impedem um otimismo maior permanecem”, indica Joe Manimbo, analista sênior da Western Union. “Os investidores nesta semana diminuíram seu entusiasmo sobre a economia, uma vez que as variantes do coronavírus turvaram as perspectivas de recuperação”, afirma o especialista. Ontem, foi noticiado que a Pfizer pedirá autorização em agosto nos EUA para a aplicação de uma terceira dose de sua vacina. Segundo a farmacêutica, outra injeção do imunizante, meses após as duas primeiras, poderia aumentar “drasticamente” a imunidade e talvez proteger contra novas cepas do coronavírus.

O euro manteve-se acima das mínimas de três meses a caminho de encerrou a semana perto da estabilidade em relação ao dólar. No entanto, “a adoção pelo BCE de uma meta de inflação um pouco mais alta de 2% pode servir como um negativo de longo prazo para a moeda única, pois dá aos bancos centrais mais latitude para manter a política de taxas baixas por mais tempo”, projeta Manimbo.

Já a libra terminou a semana com um ganho em relação ao dólar que ocorre após alguns recuos do ativo britânico. A libra hoje teve como principal “sinal a melhora, embora ainda cautelosa, do sentimento de risco, em vez de dados decepcionantes que reforçaram o viés acomodatício do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês)”, de acordo com Manimbo.