A manhã que prometia ser tranquila e de queda do dólar não se confirmou na abertura e a moeda americana iniciou o dia em alta ante o real. Uma piora no mercado internacional, com virada para baixo de índices futuros da Bolsa de Nova York e súbita alta do dólar ante algumas moedas emergentes favoreceu a pressão de alta no Brasil. Mas a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) também deu sua contribuição, uma vez que era forte a expectativa sobre o documento.

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“Além do movimento externo, tivemos a ata um pouco mais ‘dovish’ (suave) do que o mercado esperava, mantendo o ‘carry trade’ (arbitragem) menos atrativo no curto prazo”, disse Luís Felipe Laudisio, operador da Renascença Corretora. Havia no mercado de câmbio nesta segunda-feira alguma expectativa de sinalização de alta da taxa Selic, que de alguma maneira teria ajudado a amenizar a alta do dólar ante o real, em um dia de forte aversão ao risco.

O economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio Souza Leal, afirmou que a ata foi neutra e apenas reforçou que não houve mudanças no balanço de riscos frente à reunião anterior, em agosto. Para o economista, a ênfase dada pelo Banco Central ao “forward guidance” reforça a percepção, já colhida no comunicado na semana passada, de que é menor a chance de novo corte de juros. O Banco ABC Brasil espera que a Selic seja mantida em 2,0% até setembro de 2021. Para o fim do ano que vem, a expectativa é de 3,0%.

Às 9h36 desta terça-feira, o dólar à vista era negociado a R$ 5,4096, em alta de 0,16%, já distante da máxima do dia, em R$ 5,4446. No mercado futuro, a moeda era negociada a R$ 5,4095, já em baixa de 0,12%.