O dólar operou sem sinalização única, em dia de forte oscilação, com o anúncio da eficácia da vacina da Pfizer em conjunto com a BioTech no radar. Entre as principais divisas, o iene sofreu intensa desvalorização, com a menor busca pela segurança da divisa. Estimuladas pela busca por risco, as moedas de países emergentes tiveram, no geral, valorização, mas que foi diminuindo ao longo do dia. O principal destaque foi a lira turca, estimulada por questões internas.

O índice DXY, que mede o dólar frente outras seis moedas de economias desenvolvidas, fechou em alta de 0,54%, a 92,725 pontos. O iene foi um dos principais responsáveis pela queda, e o dólar era cotado a 155,35 no final da tarde em Nova York. Percebido como um ativo seguro, a moeda japonesa teve um dia de desvalorização intensa, assim como ocorreu com o ouro, com percepção semelhante.

“O apetite pelo risco foi turbinado depois que a Pfizer anunciou que desenvolveu uma vacina altamente eficaz para combater a covid-19”, apontou a Western Union. O apetite já estava presente no mercado por conta da eleição de Joe Biden, mas foi ainda mais estimulado na sessão com as perspectivas de imunização. O ING, porém, pondera que ainda há perguntas sem respostas a respeito do imunizante, como a logística por trás da vacinação em massa de toda a população mundial.

Na Europa, o euro recuou frente ao dólar, em meio a um cenário de incertezas no continente, não totalmente dissipadas com o otimismo pela vacina. A Comissão Europeia anunciou a aquisição de 300 milhões de doses do imunizante, mas a realidade ao longo de dia apresentou países com alta no número de casos. Em Portugal, começou hoje um estado de emergência repleto de restrições. No final da tarde, a moeda única era cotada a US$ 1,1826.

A libra atingiu sua máxima frente ao dólar em dois meses, segundo a Western Union, que aponta a moeda britânica como beneficiária do aumento no apetite por riscos. No mesmo horário, a moeda era cotada em alta, a US$ 1,3171.

Entre os emergentes, houve importantes valorizações frente ao dólar, em especial para grandes exportadores de petróleo, commodity que experimentou intensa apreciação no dia. Ao longo da sessão, a euforia diminuiu parte dos ganhos, e algumas moedas chagaram a se desvalorizar perante o dólar.

A lira turca, por sua vez, somou o ambiente internacional favorável a riscos a mudanças internas no seu governo e teve grande valorização. Com o dólar cotado a 8,0586 liras no fim da tarde, a moeda mostrava importante fortalecimento frente à última semana, quando chegou à cotação de 8,50. Entre as mudanças, estão o pedido de demissão do genro do presidente, Recep Tayyp Erdogan, do Ministério da Economia, e a troca na presidência do banco central da Turquia.