O dólar fechou misto ante suas principais divisas rivais nesta segunda-feira, 30, com os impasses envolvendo as negociações para um acordo comercial pós-Brexit entre União Europeia (UE) e Reino Unido influenciado o euro e a libra, e sanções do governo dos Estados Unidos à China empurrando os investidores para a segurança da moeda americana. Por outro lado, a perspectiva de recuperação econômica causada pelo avanço de duas vacinas contra a covid-19 atenuaram os ganhos da divisa dos EUA.

O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais, fechou com variação positiva 0,22, aos 92,992 pontos. No final da tarde em Nova York, o dólar cedia a 104,36 ienes, enquanto o euro recuava a US$ 1,1935. Apesar dos insistentes impasses em torno do acordo pós-Brexit, a libra avançava a US$ 1,3337 em igual horário.

Se de um lado o cenário na Europa e as sanções norte-americanas à estatal China National Electronics Import and Export Corporation (CEIEC) davam suporte ao dólar, a notícia de que a vacina contra a covid-19 da Moderna teve 94,1% de eficácia em testes de fase final fez com que investidores se descolassem da segurança da moeda americana. A perspectiva de recuperação econômica após a pandemia foi reforçada pela Novavax, que informou esperar os resultados de fase final de sua vacina ainda no 1º trimestre de 2021, aumentando o leque de imunizantes possivelmente disponíveis nos primeiros meses do ano que vem.

Segundo a Capital Economics, a recuperação global figura entre os fatores que devem fazer com que o euro mantenha seu crescimento ante o dólar. Apesar do recuo de hoje, a moeda europeia atingiu seu maior nível contra a concorrente americana desde meados de 2018. “Pensamos que o euro ganhará mais terreno nos próximos dois anos, em um cenário de menores riscos de estabilidade na zona do euro, um aumento da diferença real entre os juros longos na zona do euro e EUA, e uma recuperação contínua da economia global”, avaliou a consultoria.

A Capital Economics aposta em um cenário de política monetária e fiscal que irá suportar a moeda europeia nos próximos anos, e projeta para o fim de 2021 uma taxa de câmbio do euro ante o dólar de US$ 1,25, o equivalente a US$ 1,20 na taxa atual, segundo a consultoria.