O dólar segue em alta no mercado à vista e o dólar futuro de dezembro retomou o sinal positivo há pouco, após cair em meio a ajustes ao fechamento anterior bem acima do valor à vista, pela repercussão negativa no fim da tarde ontem ao alerta da Fitch sobre necessidade de reformas e de ajuste fiscal para evitar uma piora das notas de credito do País em 2021.

“O problema fiscal segue no radar e apoia a alta do dólar”, comenta o operador Hideaki Iha, da corretora Fair.

Para ele, a proposta do líder do governo de cortar subsídios e isenções a empresas para conseguir funding para financiar o novo programa de renda do governo em 2021 não deve resolver o problema fiscal, porque vai tirar benefício de um lado para por em outro. O que é preciso, afirma ele, é o governo cortar gastos.

Pesa sobretudo também, ele afirma, a tendência de valorização do dólar no exterior nesta quinta-feira, em meio aos temores com o agravamento do quadro da covid-19 nos EUA e o impasse sobre novos estímulos fiscais no país.

De acordo com Iha, o ímpeto da alta é moderado porque o BC já afirmou que vai garantir liquidez para atender à demanda dos bancos em razão da necessidade de enquadramento de operações de overhedge e também devido a ingressos de emissões corporativas que estão sendo fechadas no exterior.

Às 10h01, o dólar à vista subia 0,65%, a R$ 5,3722. O dólar futuro de dezembro ganhava 0,15%, a R$ 5,3725.