O dólar recuou ante moedas rivais nesta sexta-feira, 6, em meio ao aumento do número de casos confirmados de coronavírus nos Estados Unidos e com a aposta do mercado em mais cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), o que diminuiria a atratividade do dólar.

No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 105,50 ienes, no menor nível desde agosto de 2019; o euro avançava a US$ 1,1311, na máxima desde julho do ano passado; e a libra subia a US$ 1,3030. O índice DXY, que mede o dólar ante outras divisas principais, registrou baixa de 0,90%, a 95,951 pontos, e caiu 2,22% na comparação semanal.

+ Taxas têm alívio com câmbio mais controlado e ajustes técnicos
+ Dólar volta a cair após subir 12 sessões, mas tem alta de 3,5% na semana 

“A incerteza econômica está se espalhando tão rápido quanto o coronavírus”, comenta o analista sênior de mercado Joe Manimbo, do Western Union. Na visão dele, isso pressiona o Fed a afrouxar ainda mais a política monetária, depois de ter realizado, nesta semana, o primeiro corte de juros extraordinário desde a crise financeira global de 2008.

Hoje, o governador de Nova York informou que o número de infectados por coronavírus no Estado aumentou de 22 para 33. De acordo com ele, novos casos ainda devem ser confirmados. No mundo, já são mais de 100 mil pessoas afetadas pela doença.

Os temores de impacto econômico do coronavírus ofuscaram, até mesmo, a criação de empregos acima do esperado nos EUA em fevereiro, o que poderia ter fortalecido o dólar, segundo Manimbo, do Western Union.

Para o analista, a tendência de alta do euro sobre o dólar será testada na semana que vem, quando o mercado espera também um corte de juros na reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar avançava a 20,1565 pesos mexicanos, a 15,6859 rands sul-africanos e a 62,4681 pesos argentinos, no fim da tarde em Nova York.