O dólar recuou em relação a outras moedas fortes no pregão desta quinta-feira, 30, depois de ter avançado temporariamente no começo da sessão, e manteve a tendência global de desvalorização que tem sido apontada por analistas.

Próximo ao horário do fechamento das bolsas de Nova York, o dólar caía a 104,80 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1845 e a libra esterlina avançava a US$ 1,3089. O índice DXY, que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis rivais fortes, fechou o dia em queda de 0,46%, aos 93,021 pontos.

A aversão a risco vista hoje nos mercados internacionais, diante de indicadores econômicos e balanços corporativos que mostram o impacto que a covid-19 já teve na atividade econômica, levou investidores a buscar temporariamente a segurança do dólar.

No entanto, analistas têm apontado para um tendência de enfraquecimento da moeda dos EUA, com a aceleração da pandemia no país, a percepção de que a Europa sairá da crise mais rápido, a incerteza da eleição presidencial americana e a política monetária acomodatícia do Federal Reserve (Fed, o banco central americano. Ontem, o Fed manteve os juros na faixa próxima a 0% e prometeu mais estímulos à economia.

A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha, que contraiu 10,1% no segundo trimestre de 2020 ante os três meses anteriores, prejudicou inicialmente o euro, que tem o maior peso no índice DXY. Porém, o aumento nos pedidos semanais de auxílio-desemprego nos EUA renovaram a pressão sobre a moeda americana. O PIB dos EUA, também informado hoje, sofreu retração anualizada de 32,9% de abril a junho.

“É improvável que os dados de hoje favoreçam o dólar nem segurem sua queda”, escreveu o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union, ao citar o PIB americano. “Enquanto isso, os pedidos semanais de auxílio-desemprego ofereceram mais evidências de que a recuperação está começando a ‘cansar'”, acrescentou.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar se fortaleceu. No final da tarde em Nova York, a divisa americana subia a 72,2896 pesos argentinos, a 16,7901 rands sul-africanos e a 22,1042 pesos mexicanos.

O PIB do México, também divulgado hoje, recuou 18,9% no segundo trimestre de 2020, na comparação anual.