O dólar recuou em relação a outras moedas fortes no pregão desta segunda-feira, 27, pressionado pela força do euro e pela percepção de que a Europa sairá mais rápido da crise do que os Estados Unidos. Além disso, há expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) reforce a postura dovish na decisão de política monetária desta semana, o que tende a desvalorizar o dólar.

Próximo ao horário do fim dos negócios em Nova York, o dólar caía a 105,39 ienes, o euro avançava a US$ 1,1750 e a libra esterlina registrava alta a US$ 1,2879. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA em relação a seis rivais, recuou 0,81%, a 93,668 pontos, no menor nível desde 2018.

“Nenhum sinal de diminuição do coronavírus nos EUA significa sem sinal de piso para o dólar”, escreveu o analista de mercado Joe Manimbo, do Western Union, em um relatório. “No curto e no médio prazo, acho que a Europa vai andar melhor do que os EUA e essa diferença relativa de crescimento está começando a ajudar o euro”, comentou ao Broadcast o analista Ilan Solot, do banco de investimentos Brown Brothers Harriman (BBH).

A divisa europeia foi impulsionada hoje, também, pela divulgação do índice de sentimento das empresas da Alemanha, que subiu 86,3 pontos em junho para 90,5 pontos em julho, superando expectativas de analistas.

“Tem a questão do Fed. O estímulo do banco central americano foi muito maior. Quanto mais dólar for imprimido, mais fraca fica a moeda”, afirmou Solot. Além disso, hoje o mercado operou à espera de um novo pacote fiscal nos EUA, a ser apresentado pelos republicanos no Senado.

Com isso, as tensões entre Washington e Pequim, com o fechamento dos consulados em Houston e Chengdu, acabaram sendo apenas monitoradas.

Ante moedas emergentes e ligadas a commodities, o dólar ficou sem direção única. No final da tarde em Nova York, a divisa americana subia a 72,0278 pesos argentinos, mas caía a 16,4297 rands sul-africanos e a 21,9520 pesos mexicanos.